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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Levanto-me ás 4:30h da manha para carregar o carro de tralhas com a cristiana e nos dirigirmos ambas à capital... bem, conseguimos sair de casa as 5:30h da manha, para chegar a Lisboa às 8h da manha. Eu nunca tinha conduzido numa cidade tão grande... deixamos o carro no parque de estacionamento do Hospital Sta Maria (porque estava cheio de tralha e seria um lugar vigiado, para além de pagar um bom dinheiro pelas 12 horas que lá esteve) tomamos o café e compramos o jornal. Anuncios do Jornal junto com Anúncios perquisados na internet teríamos certamente um dia grande pela frente a procurar casa. E bora andar de metro.... E foi realmente um dia grande... desde casas exurbitantemente caras... a casas degradadas... a casas minúsculas... a casas exageradamente afastadas de Lisboa central... a casas acabadas de alugar... a casas apenas com um quarto livre... a casas tipo républicas de estudantes... não foi fácil...
Mas no final do dia lá tivemos de optar por duas casas que ficam no mesmo prédio, mas em andares diferentes... pequenas ... não muito novas e não muito baratas... e lá fomos buscar o carro ao Hospital e transportarmo-nos novamente ás casas escolhidas...
Pego no carro e olho para o ponteiro da gasolina... Bem, tenho de encontrar brevemente uma bomba de gasolina... e depois de tantas voltas pela cidade já noite... e sem encontrar bomba nenhuma chegamos à rua do prédio... não existe lugar para estacionar... e mesmo na rua do prédio a subir o carro desliga-se ("Não acredito fiquei sem gasolina!") está frio e após outra tentativa o carro pega e ainda tem residuos de gasolina e só há um sitio onde deixar o carro no lugar de um deficiente motor morador de um prédio vizinho... E logo logo, aparece um outro vizinho a dizer que não podemos deixar ali o carro porque o homem de direito ao lugar costuma mesmo chamar o reboque quando o lugar está ocupado...
bem eu só disse:
"eu não posso andar mais com o carro daqui para fora porque vou ficar sem gasolina!"
Fiquei tão nervosa neste momento, senti-me tão perdida sem alternativas... sem saber o que fazer... fiquei mesmo com vontade de desistir... o cansaço já era enorme nas pernas... a noite já estava cerrada... o receio de andar no desconhecido... mais as horas em falta de sono... mais o termo de responsabilidade a pesar na manha seguinte (o 1º dia de trabalho) , mais o facto de ter de descarregar o carro....
Lá subi o prédio do senhor deficiente e expliquei a situação e se poderia aguardar um pouco até que eu podesse ter gasolina para tirar o carro... Mas eu não sabia onde ir buscar gasolina... já me tinham dito no Campo pequeno... já eram mais de 22h da noite... e estava decidida a pegar no metro e com um garrafao ir buscar gasolina ao Campo Pequeno... Quando um senhor cheio de boa vontade nos arranjou o garrafão e insistiu fortemente que iria ele buscar-nos a gasolina...
Eu confesso que desconfiei do homem... confesso que pensei: "o que ele quer é que lhe dê o dinheiro da gasolina e eu fico sem dinheiro e sem gasolina! e então só pedia ao homem dê-me o garrafão que eu vou buscar a gasolina... já agradeço o facto de se dispor, de nos informar do local..."
O homem insistiu e foi buscar a gasolina, mas eu não lhe dei dinheiro para isso, disse que não tinha naquele momento...
e junto com a Cristiana fomos descarregando o carro para o 3º andar... e a pensar que tinha de arranjar um garrafão para tirar dali o carro... Cheguei mesmo a ter os meus olhos humedecidos de lágrimas... com toda a situação que estava a passar, senti-me desprotegida senti-me sozinha...
Apesar de ter do meu lado a Cris que estava muito mais calma...
E quando já temos o carro descarregado aparece-nos o homem com a gasolina... e eu sempre desconfiada cheirei a ver se era mesmo gasolina e paguei os 5Euros ao homem e finalmente tirei o carro dali...
Fico tão grata a este homem que desconfiei até á ultima da hora... Que tinha chegado de trabalhar e que foi andar de metro por minha causa... Eu acho que nós somos um povo acostumado a desconfiar quando a esmola é grande demais...
E com todas as indicações lá encontramos o posto de abastecimento... Mas a saga continuou ... não existiam lugares vagos na cidade em lado nenhum onde podesse deixar o carro... e ainda tinha o acréscimo de ter de deixar o carro estacionado durante o dia... e todos os locais se paga o estacionamento...
Até que a Cristiana se lembrou de um parque de estacionamento que ficava rodeado de prédios no Areeiro, onde tinhamos estado numa varanda a ver uma casa que tinha um preço exurbitante e aspecto sinistro ... E foi lá que ficou o carro e é lá fica até então... porque ainda não encontramos um outro lugar...
Sim o carro fica estacionado e eu vou de metro para casa... LOL....
Com isto eu e a Cristiana temos vindo a constatar que nada acontece por acaso e que temos de ser capazes de retirar o bom de todos as perdas de tempo... de todos os fracassos... de todas as desilusões...
Nunca pensamos que aquela casa que fomos ver às 17:30h seria a nossa salvação de estacionamento do carro... Tinhamos mesmo pensado... que poderíamos ter tido mais tempo durante a noite se tivessemos optado logo pela nossa casa sem perder tempo noutra, mas no fundo mesmo.. não foi perda de tempo... :)
E depois de Sair do metro---» rumo a casa e ainda andamos um bom tempo á volta a pé nos quarteirões...e para acabar muito mal a noite ainda nos assustamos mais quando verificamos que a nossa zona é frequentada por prostitutas durante a noite e travestis...
Toda a gente da região diz que é uma zona não perigosa onde vivo... e também me dizem que não são estas pessoas que nos vão fazer mal... aliás se elas estão ali é porque de certa forma também se sentem seguras...
Em casa arrumamos as coisas.. e dormimos pouco mas dormimos...
E pessoas acolhedoras e prestaveis, más e/ou aldrabões existe em todo o lado....
cria-se muito preconceito... e até me sinto um pouco envergonhada por ir atrás desse preconceito... sim acredito que é preciso ter cautela e estar atento... mas também se pode esperar coisas boas de todo o lado e nem tudo é como dizem por aí...

1 comentário:

Menina do mar disse...

Bem-vinda a Lisboa!!

Não te assustes, Marques é centro e zona cara, portanto essas meninas sao passageiras, talvez é nessas ruas q encontrem homens com dinheiro pras usar!!

experimenta um dia desceres a alameda toda ate chegares ao intendente, ai sim é pior :) ou por exemplo a ines e o nuno moram em alfragide (Amadora) ao pe da Buraca ou dos maiores e mais perigosos bairros problemáticos, o tao célebre e noticiado pelas piores razoes: "A cova da moura". e acredita ja cheguei a entrar em casa deles as 6h sozinha... Lisboa vai.t ficar familiar :)